MINHAS PRÁTICAS DE INCLUSÃO

Desde que tomei conhecimento de que na minha cidade, numa escola estadual, havia uma sala de recursos para atendimento aos alunos com deficiência visual, interessei-me pelo assunto. Depois fiquei sabendo também que na rede da 39ª Coordenadoria haviam sido cadastradas em torno de sessenta pessoas com DV. Nestes nove anos de trabalho junto aos alunos na sala de recursos, acolhi a idéia da inclusão com critérios claramente definidos, discutida em vários níveis, na escola e na sociedade, buscando contribuir para a autonomia dos alunos, sempre tão carentes de ajuda na superação de suas necessidades primordiais. O que considero de suma importância é a afinidade que podemos estabelecer com o aluno deficiente, pois é através desse vínculo de confiança que podemos aguçar seu interesse em promover cada vez mais sua cidadania, na busca de seus direitos primeiros, como documentação, aposentadorias, entre outros. Faço-os saber dos seus direitos, do que a legislação prevê para eles, pois do que eles necessitam é exatamente alguém que os oriente e que ao mesmo tempo os deixem caminhar. Depois, o incentivo à sua participação em cursos, fóruns, encontros, debates, associações, que só vem acrescentar um sabor especial na vida deles, pois sabem que não estão solitários em sua caminhada.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Alunas em 2009


sábado, 21 de novembro de 2009

ENCONTRO COM PROFESSORES DA ESCOLA DO PATRONATO SANTO ANTONIO DE CARAZINHO EM 21 DE NOVEMBRO DE 2009


Como uma das ações do projeto da Escola “Eu, agente da linguagem propagador da diversidade”, estivemos participando do encontro com a proposta de levar aos professores nossa experiência como professora de Sala de Recursos para Deficientes Visuais. Em breves palavras, com o auxílio de material de apoio em braile e objetos necessários à sua escrita, demonstramos ao grupo a possibilidade de educar um aluno cego, através do uso do Sistema Braille. Os professores tiveram a oportunidade de questionar, debater, manusear livros, diversos materiais didático-pedagógicos e recursos específicos de uso do deficiente visual. Acreditamos ter contribuído ao oportunizar um debate referente à inclusão do aluno deficiente no ensino regular. Como educadores conscientes do nosso papel, nos angustiamos, temos dúvidas e incertezas e queremos ser ouvidos também. Não basta que a lei exista, seja cumprida e os alunos sejam incluídos no sentido exato da palavra que é conter em, compreender, fazer parte de ou participar de. Pois abordar a inclusão é referir-se ao aluno que está contido na escola, com o seu potencial necessário de contribuição, sendo um agente participador do projeto pedagógico desta escola. Esperamos que muitos encontros como este aconteçam pois são necessários para a formação dos professores que poderão ver nessas discussões uma pequena luz no fim do túnel.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

PARA MESTRES

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SITUAÇÕES, DEPOIMENTOS E VIVÊNCIAS






“Tive um susto quando notei algo diferente com a minha visão”

Em seguida, busquei ajuda, mas os médicos que se dizem profissionais na área diagnosticaram que meus olhos estavam um pouco fracos, e um tratamento com vitaminas seria o suficiente. Esse tratamento se estendeu por um ano. Retornei ao médico, pois não sentia nenhuma melhora, pelo contrário e em seguida, fui encaminhada a outros profissionais aqui no estado e fora também em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Fui fazendo exames, testes, treinamentos, diagnósticos novos, repetitivos... Constataram que era o caso degenerativo que progredia rapidamente, Degeneração Macular em ambos os olhos, só que essa doença é comum em pessoas com idade superior a 70 anos um tanto raro acontecer antes, no meu caso aos 20 anos. Não foi fácil aceitar os fatos e iniciei um treinamento, para desenvolver com melhor eficácia a visão periférica, assim buscando um foco onde não demonstraria para as outras pessoas que não tinha visão central, especialmente na escola onde trabalhava. Sempre foi meu sonho ser professora, e estava fazendo aquilo que adorava muito: DAR AULAS. Trabalhei doze felizes anos não somente como minha profissão, mas como um DOM, que recebi para ensinar aos pequeninos os primeiros rabiscos. Antes de me formar já estava atuando como professora de Educação Infantil e de Língua Estrangeira, onde fazia questão de entregar com antecedência e eficácia todos os projetos, chamadas, planos, avaliações... (tudo para que as outras pessoas não soubessem que não tinha condições de fazê-los). Minha família sempre foi fundamental na execução destas tarefas, agradeço muito o empenho de meu marido.
Chegou o tempo que não conseguia reconhecer mais as pessoas, somente pela voz ou bem próximas, senti agravar a situação. Parei de freqüentar piscinas, clube, vida social, me isolei, agüentei até o limite, e com tristeza tive que reconhecer que não dava mais, não tinha saúde para trabalhar. As pessoas ficaram surpresas, de como eu realizei um bom trabalho com tantas dificuldades. No meu curso de línguas, escaneava todos os meus livros em fonte grande, adequada para minha visão, tive a nota máxima do curso onde foi mais uma vitória! Mas tudo ficou muito vazio quando tive que deixar minha escola, meus colegas, meus alunos que amava de paixão...
Então iniciaram terapias e mais terapias, para aceitar o afastamento e a mudança radical de minha vida. Fui levando dia a dia e me sentindo inútil, pois sempre ouvi de meu pai que “o trabalho dignifica o homem”! E quando o fazemos com prazer e amor nos realizamos duplamente. Mas com o passar do tempo, notei que aquele treinamento que havia feito com muito esforço financeiro não serviu quase para nada, somente mascarei o problema e para dar a volta foi mais difícil ainda, pois eu mesma não falei para quase ninguém do meu problema e agora como elas me entenderiam ou ajudariam, não podiam adivinhar a situação.
Agora aos poucos estou sendo eu mesma tenho baixa visão por degeneração da mácula, lesão da parte nobre do olho e tenho 20% da visão, sou mais feliz me aceitando, procuro fazer minhas atividades em casa com minhas duas filhas da melhor maneira possível, participo de um grupo de estudos sobre cegueira e baixa visão na UPF, faço trabalhos voluntários, participo do conselho municipal, sou atuante na sala de recursos e associação de deficientes, iniciei o curso de braile, acho um passo importante e difícil, pois com material ampliado eu consigo me defender e tenho que continuar lubrificando meus olhos executando leituras ampliadas. É assim que eu estou vivendo procuro um foco, me aproximo mais das coisas para ver melhor, e agora posso dizer que sou feliz em poder “ver” com clareza a beleza interior das pessoas que me acompanham e me aceitam como eu sou.


Adriana Della Senta
Carazinho- RS

terça-feira, 25 de agosto de 2009

TECNOLOGIA FANTÁSTICA

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PROFESSORES APAIXONADOS

AULA DE FÍSICO-QUÍMICA COM MATERIAIS ADAPTADOS PARA DEFICIENTES VISUAIS

Para os alunos deficientes visuais será apresentado o gráfico em relevo produzido em Thermoformcom caracteres em braile (fonte: Instituto Benjamin Constant, RJ):


Introdução

A Função (Matemática) f: D → Y é uma lei que associa elementos de um conjunto D, chamado domínio da função, a elementos de um outro conjunto Y, chamado contradomínio da função. Costuma-se denotar por f(x) o elemento que a função f associa ao elemento x:
f: x E D --> Y = f(x)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Função

Com esta aula pretendemos demonstrar através do gráfico da função de 1º Grau onde os valores afixados ao eixo das abscissas terão seus correspondentes no eixo das ordenadas (domínio – contradomínio), de que forma poderemos representar graficamente fatos do quotidiano.
Ressaltamos a necessidade do uso e adaptação de matériais táteis para alunos com deficiência visual.


Processo
Demonstração aos alunos de como montar o gráfico de uma função qualquer a partir do exemplo dado de uma função qualquer.



Este gráfico foi construído a partir de matériais simples como cola relevo preta, fios de lã, grãos de arroz pintados com esmalte vermelho e bolinhas de EVA.



Tarefas

a) Partindo da função do 1º Grau f(x) = 2x, indique o contradomínio da x, e represente gráficamente.

b) Determine o número de átomos de oxigênio existentes nas moléculas a seguir, representando através de gráfico:
1) O
2) O2
3) O3
Para a realização das tarefas será apresentado ao aluno com deficiência visual um modelo com textura preparado previamente pelo professor.



Avaliação

Será avaliada a participação dos alunos, e sua capacidade na realização das tarefas.


Conclusão

Concluimos com esta aula que existe a possibilidade de aprendizagem a todos os alunos, inclusive os com deficiência visual, desde que sejam utilizados materiais e recursos adequados à sua necessidade, através de seleção, adaptação ou confecção de recursos didáticos específicos.

Veja em:
http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_izquierda_w.php?id_actividad=13119&id_pagina=1

UM RELATO SIGINFICATIVO

Joel Antonio de Oliveira, “Seu Joel”, diz ter de 15 a 20% de resíduo visual, não consegue contar dedos há mais ou menos um metro, é Conselheiro Fiscal da Associação Carazinhense de e para Deficientes Visuais - ACADEV da qual é ex-presidente. Acometido de retinose pigmentar, abandonou os estudos na 5ª série do Ensino Fundamental, e foi aposentado por invalidez aos 30 anos, após dois anos de peregrinações com afastamentos do trabalho. Trabalhava como mecânico, diz que era o “braço direito” do seu empregador.Os médicos não o liberavam para voltar ao trabalho e não lhe dispensavam tratamento médico. Então foi encaminhado para exames em Curitiba sendo finalmente, aposentado.
Sua reação ao ser aposentado – o que atestou sua deficiência - foi de inconformidade, então foi buscar ajuda em São Paulo. Viajou sozinho e andou muitas horas a pé, perguntando pela Av. São João para encontrar o endereço da clínica onde foi procurar tratamento. Lembra de ter procurado placas dos números dos prédios e ao conseguir ler um número mais baixo, era aproximadamente 5.000 e o número do endereço que procurava da era 100.
Bem humorado, diz que nada o incomoda por ser um cego legal, pois assumiu sua deficiência, locomove-se independentemente, sem auxílio da bengala longa, mas evita locais estranhos e saídas à noite sem um acompanhante.
Perde a capacidade visual ao adentrar em um ambiente fechado em dias de sol, pois seus olhos precisam adaptar-se à mudança brusca de luz. Diz que soube que existem uns óculos que filtram a luz, para ser usado inclusive à noite, evitando esse choque diante da mudança de um ambiente muito claro para um mais escuro ou vice-versa.
Cita as dificuldades ou barreiras como a falta de acessibilidade em órgãos públicos de nossa cidade, tais como INSS, Estação Rodoviária e inclusive na Prefeitura Municipal. Em relação às vias públicas enfatiza as calçadas destruídas, placas nas calçadas com cores neutras, sem contraste, difícil acesso aos transportes, falta de áudio nos coletivos urbanos, portões de garagem que abrem para a rua sem sinalização sonora, entre outros. Relata que consegue ler placas quando estas são baixas, na altura dos seus olhos.
Enfatiza que as pessoas com deficiência visual assustam-se diante de certos obstáculos, pois somente se dão conta quando estão muito próximos e esbarram neles.
Relata ter passado por uma situação muito estranha quando se deslocava por uma calçada em direção à sua residência. Policiais armados estavam revistando bandidos que estavam com as mãos na parede e ele passou entre estes e os policiais. Só deu-se conta depois de ter passado.
Cita o constrangimento por que passa quando pessoas conhecidas o chamam de orgulhoso, pois ele passa pelas pessoas e não as enxerga. Sua audição perfeita o ajuda, se as pessoas falam, ele escuta. Relata uma situação em que uma pessoa ofereceu-lhe carona e ele não sabia quem era, mas como a pessoa dirigiu-se a ele com intimidade e sabia onde era sua casa, ele aceitou a ajuda. Diz sentir essa barreira interna que é a de não consegui expressar para as pessoas que não sabe com quem está falando.
Hoje, tem consciência da sua dificuldade visual e sente-se muito feliz em poder fazer uso das tecnologias disponíveis, na computação sonora, recursos de ampliação, lupa eletrônica, a possibilidade da aprendizagem do braile.
Diz que um médico lhe falou após um exame, que perdeu a visão central “de dentro para fora”, isto é, perdeu inicialmente a visão central de ambos os olhos.
Apesar de sentir que sua acuidade visual está diminuindo, “Seu Joel” é uma pessoa feliz, que tem energia suficiente para passar aos deficientes visuais mais jovens e inexperientes e que também passam por dificuldades tão grandes como as que ele enfrentou.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

APRENDIZAGEM COLABORATIVA

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ele não pesa! Ele é meu irmão!

Vale a pena ver o vídeo!
Mas leia antes:



-Quantas e quantas vezes eu e também você, provavelmente, já ouvimos
essa linda canção. Mas, como eu, você também, suponho, desconhecia a
circunstância que a inspirou...

Aí está... Tanto quanto a mim, espero que lhe agrade.
Leia o texto abaixo antes de ver o vídeo e a letra da música, que é linda!

Para quem ainda não se sente desprendido o suficiente para agir como
sugere a letra da música, vai um consolo:
"Se você se emocionar, sentindo essa emoção dentro do seu coração,
alegre-se: A semente já está plantada, e a terra é fértil!"

Para os saudosistas, amantes da boa música... Essa é uma música da
nossa época de juventude, mas sempre será atual, visto que nada
mudou!!!!

Há que se pensar!!!

É sobre a entidade "Missão dos Orfãos", em Washington, DC.

Foi lá que ficou eternizada a música "He ain't heavy, he is my
brother" dos "The Hollies ". (você pode não estar lembrando da
música, mas depois de ouvir, se lembrará do grande sucesso!)

A história conta que certa noite, em uma forte nevasca, na sede da
entidade, um padre plantonista ouviu alguém bater na porta.

Ao abri-la ele se deparou com um menino coberto de neve, com poucas
roupas, trazendo em suas costas, um outro menino mais novo.

A fome estampada no rosto , o frio e a miséria dos dois comoveram o padre.
O sacerdote mandou-os entrar e exclamou :
- Ele deve ser muito pesado.
Ao que o que carregava disse:
- Ele não pesa, ele é meu irmão. (He ain't heavy, he is my brother)
Não eram irmãos de sangue realmente. Eram irmãos da rua.

O autor da música soube do caso e se inspirou para compô-la .
E da frase fez-se o refrão .
Esses dois meninos, foram adotados pela instituição.

É algo inspirador nestes dias de falta de solidariedade, violência e egoismo.

Agora veja e ouça o anexo!
--
Maria Janete A. Marcon
Farmacêutica - Bioquímica - UFSC
Doutoranda em Ciência dos Alimentos - UFSC





sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A viagem fantástica


Acordar depois de duas semanas e sair de casa. Verificar que o mundo continua, mas de um modo surreal: pessoas mascaradas para evitar o contágio pelo vírus H1N1.

Resolvo viajar... nas ruas, rodoviárias, nos ônibus... máscaras em profusão.

A princípio acho graça, considero a atitude extremista de pessoas acometidas de pânico ou hipocondria.

Um clima de pós guerra nuclear. Exagero? Estarei sonhando?

Aos poucos, vou entendendo a realidade. Há uma epidemia... há pessoas preocupadas com a sua saúde e com a saúde dos demais.

Quem sabe, possamos repensar na higiene mais simples que é o cuidado com as mãos... fácil, fácil...

Procurar culpados? Governos irresponsáveis com a saúde... laboratórios que criaram o vírus a partir de cepas da gripe espanhola, aviária e suína (que nome sugestivo!). Alguém lucrará com isso!

Receber notícias alarmantes? Evitar “assuntar” com amigos preocupados e dizer-lhes que não se deixem levar por “influências”.

As pessoas se afastando, desconfiadas, evitando contatos...

O isolamento em massa.

O retorno do homem ao seu íntimo, aprendendo a conviver com sua solidão.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DUAS SUGESTÕES PARA AULAS INTERESSANTES



Sugestão de aula para alunos com deficiência visual, cegos ou de visão reduzida.
A proposta é a utilização de materiais padagógicos adaptados, com a utilização de texturas e cores constrastantes na alfabetização.
Os materiais foram utilizados na Sala de Recursos, com os alunos e comprovou-se a sua funcionalidade.
Vale ressaltar que o uso dos materiais adaptados com o deficiente visual é apenas uma das possibilidades de aprendizagem, pois o uso da informática sempre estará presente para despertar o interesse dos alunos.

A experiência de uma oficina realizada com alunos de uma classe do ensino regular foi muito gratificante, pois houve a participação das crianças, através da realização de tarefas com os olhos vendados e o uso do tato para reconhecer formas.

A finalização das duas aulas foi postada como webquest, uma ferramenta interessante para os professores pois facilita a localização de uma aula, sua aplicação posterior e serve também como sugestão para todos os profesores que quiserem pois, estando na rede, seu acesso é livre.

Clique nos links para visualizar as aulas preparadas e postadas como webquest.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

BLOG MUITO INTERESSANTE

Tive a oportunidade de explorar o Blog da Professora Andréa De Carli. Lá encontrei várias experiências, sugestões de jogos e materiais adaptados, textos e comentários muito pertinentes para a minha área de atuação que é a Educação Especial para Deficiência Visual. Pela visitinha que fiz, percebi que a Professora Andréa é muito experiente na área, sendo inclusive, formadora. Ela tem vários espaços na internet e está contribuindo para ajudar a todos os que tiverem interesse em acessar suas páginas. São exemplos assim que devem ser seguidos e suas experiências multiplicadas.
Pretendo voltar ao Blog da Professora Andréa, muitas e muitas vezes, para aprofundar minhas experiências.
Vale a pena acessar:
http://na-ponta-dos-dedos.blogspot.com/

sexta-feira, 10 de julho de 2009

BAIXA VISÃO

ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE

BALLET

segunda-feira, 6 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

O FUTURO E A INCLUSÃO


Dia 3 de julho, sexta-feira passada, estiveram reunidos no IEE Cruzeiro do Sul Oniva de Moura Brizola, professores da rede da 39ª CRE e alunos do Curso Normal, para aprofundar uma questão preocupante que é a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular.
A iniciativa de promover esse momento, foi da Coordenadoria, na pessoa da professora responsável pela Educação Especial Anelise Della Senta, que organizou o grupo de professores, fazendo o convite às escolas que possuem alunos com deficiência visual matriculados em classes comuns.
Contamos com a colaboração das professoras Carla Rostirola e Marlene Mattos e também de alunos da Sala de Recursos para Deficientes Visuais do IEE.
Oportunizou-se aos participantes aprofundamento de algumas questões fundamentais da deficiência e vale destacar os depoimentos dos alunos sobre a sua dificuldade em relação à baixa visão. Os seus relatos elucidaram algumas dúvidas quanto à baixa visão, trouxeram novos questionamentos e posicionamentos em relação ao tema.
Na sequência do encontro, foram apresentados aos participantes os materiais e equipamentos disponíveis na Sala de Recursos e após, realizada uma pequena oficina de adaptação de materiais.
O que mais chamou nossa atenção foram as colocações iniciais, em forma de uma palavra que atrapalha ou impede que a aprendizagem dos alunos deficientes visuais realmente seja eficiente ou se concretize verdadeiramente.
Inclusão é a maior preocupação dos professores, principalmente, quando junto com a deficiência visual, o aluno apresenta outros comprometimentos que interferem na sua aprendizagem.
Insegurança, outro aspecto que, por vários motivos, atemoriza o professor, que precisa ter a iniciativa de buscar ajuda e informações para efetivamente ensinar um aluno que é "diferente" por suas características físicas.
Família, sua participação nessa tarefa, junto à escola e inicialmente no cuidado da deficiência do seu filho.
Perseverança, um fator importante na tarefa do professor que tem junto aos alunos ditos "normais" um aluno com deficiência.
Futuro, uma incógnita... muito se tem avançado, visto, vivenciado, mas o futuro não nos pertence individualmente, pois precisamos uns dos outros, precisamos da família, da escola e da sociedade para que a inclusão verdadeiramente aconteça.
Acreditamos que o dia foi especial pela oportunidade de trocas de experiências, pela certeza de que outros momentos de aprofundamento poderão advir dessa iniciativa.
Estamos gratificadas pelo evento e principalmente pela certeza dos frutos que irão surgir a partir desse momento.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Eu Existo!



Você passa por mim, carregando nos braços embrulhos enfeitados e eu fico a pensar:
- Como deve ser bom receber um presente e sorrir.

Em minha mesa, falta alimento, quando tantos desperdiçam.

No inverno, com o meu corpo gelado, eu fico pedindo a Deus
que o sol apareça depressa, e eu possa me aquecer.

Às vezes, me comparo com os lírios, que nascem no lodo,
esperando que alguém pare, para apreciar sua beleza.
Mas as pessoas correm tanto atrás de coisas mais interessantes
que nem sequer notam a minha presença.

Faça de conta que sou aquele lírio e que um dia
eu possa enfeitar seu jardim.
Acolha-me também em seus braços.
Dirija-me algumas palavras de amor.

Eu sei que você me conhece.

Eu sou aquela criança que cresce sem esperanças mas...
com vontade de vencer.

Faça-me chorar de alegria.

Faça de mim, alguém.
Mas, por favor, não me olhe com desprezo.

Eu, sou gente, como você.
Como seu filho!

Um Menor Assistido Hoje, Um Adulto Responsável Amanhã
(Desconheço a autoria)

quinta-feira, 18 de junho de 2009



Aprendendo calcular no soroban.

domingo, 14 de junho de 2009

DIANTE DA CATÁSTROFE

A Cegueira Adquirida e a Ilusão da Cura[1]

Elizabet Dias de Sá[2]


"Quero minhas letras, meus olhos... Nada de fazer furinhos no papel[3]. O mundo sem visão não tem beleza. Os amigos sumiram... Sem ver, não tem jeito de viver. O cego não pode fazer nada e ninguém pode ajudá-lo" O Sr X, professor de inglês, ficou cego aos 50 anos, vitimado por uma brincadeira de seus alunos, quando lançavam, ao ar, objetos miúdos e pontiagudos , atingindo-o nos olhos. Após prolongados períodos de licença médica, aposentaram-no por invalidez. Não havia mais lugar para ele na escola, onde diziam que seu hábitat natural seria uma instituição para cegos. Sentado de cabeça baixa, encolhido e sem me olhar, pedi ao Sr X para se recordar do modo como se colocava diante das pessoas quando enxergava. Ajudei-o, modificando sua posição. Notei seu temor ao desequilíbrio e à falta de referências. Sugeri que recordasse sua marcha. Ele estava tenso e com medo, seus movimentos eram contidos. Mostrei como aquela postura atraía a piedade das pessoas. Deixei-o conhecer o ambiente, localizando as portas, janelas, o mobiliário e os objetos. Ele hesitava com receio de esbarrar, tropeçar e derrubar coisas. Eu o encorajava, fazendo-o apalpar cada objeto até obter as informações que o permitiam identificá-lo. Entre blasfêmias e lamentos, o Sr X fazia perguntas e comentários: "Será que não escaparei da bengala? O Mata Machado[4] nunca usou bengala e não gostava de ser cego" O Sr X apresentou-se a mim acompanhado por uma mulher. Ela repetia que seu parceiro estava muito nervoso e precisando de ajuda, sem a qual poderia cometer suicídio. Confidenciou-me que ele sonhava com a possibilidade de uma cirurgia nos Estados Unidos, não sabendo que seu estado era irremediável. Ela sempre se valia da ausência dele para falar comigo, manifestando seu temor de que ele perdesse o controle, cometendo uma loucura. Conhecera-o cego e estava disposta a fazer tudo por ele. O Sr X se relacionava com pessoas que se espantavam com sua cegueira e não se mostravam preparadas para ajudá-lo. A família não o considerava uma pessoa "credenciada" para a cegueira porque ele não se conformava com seu destino, estando apegado às coisas materiais e não abstratas. Suas queixas, reclamações e inferências eram perturbadoras e eram como se o acusassem de ser cego. Ele se sentia culpado e ofendido com a estupidez daqueles que possuíam visão. Sentia raiva de quem o pretendia consolar recomendando fé em Deus ou a busca em Cristo, enquanto ele preferia ir em busca de seus olhos ou meter-se dentro do quarto e esperar a morte. Para ele, a única coisa que poderia salvá-lo seria a recuperação de sua visão. "Sempre usei a visão para as coisas boas e não para as más. Nunca matei ninguém para merecer isso. Não quero dar trabalho. É melhor sair por aí, dando cabeçadas do que ficar parasitando os outros." O Sr X comparava-se a um cachorro acorrentado que só recebe água e comida, choramingando diante dos maus tratos. Sentia vergonha de ser cego e percebia que as pessoas não sabiam lidar com a deficiência. Convivia com seu mundo desmoronado, em ruínas e, inconformado, não suportava tanta agonia, estando aprisionado ao corpo vidente. Não admitia a humilhação da cegueira e desejava recuperar sua visão a qualquer custo. Para isto, recorreu a muitos médicos, tentando dissipar a dúvida que o atormentava. Ouviu deles que onde há luz, há esperança e que devia confiar nos avanços da medicina moderna. Ele se irritava com a falta de informações corretas e de dados precisos, pois conhecia a verdade sobre sua nova condição e queria ouvir a confirmação do que já sabia. Com o tempo, ele não precisou de mais ninguém para compreender que era um homem cego.



ELABORANDO O LUTO

Não raro, ouvimos dizer que alguém virou outra pessoa depois que ficou cego. Em parte, isso é verdade, pois a cegueira é a ruptura repentina e radical com todas as referências visuais, o que desorganiza e despersonaliza. A cegueira significa muitas e grandes perdas, significa mudança de vida. Thomas J. Carol (1968)[5] escreveu um livro que narra com minúcias a situação da pessoa que adquiriu a cegueira em dado momento de sua existência. Para ele, "a perda da visão é morrer. É o fim de uma certa maneira de viver que era parte do homem, ao término de métodos adquiridos, realizações e de perdas de relações humanas estabelecidas e inerentes ao meio ambiente. A morte pela cegueira destrói um padrão inteiro de existência. A pessoa dotada de visão está morta. A cega que surge poderá tornar-se a mesma pessoa somente se estiver disposta a suportar a dor da perda da visão que é múltipla. Elas se sobrepõem umas às outras. Qualquer uma delas é por si mesma grave. Juntas formam as múltiplas limitações que é a cegueira. Cada perda inclui um adeus doloroso. Mas, com a morte do homem de visão, o homem cego nascerá e sua vida poderá ser boa." Não se trata de aceitar ou não a cegueira. Ela é uma fatalidade. Se nos fosse oferecida, nós a recusaríamos. Ninguém gosta de ser cego. Diante de tão implacável evidência, a pessoa poderá viver confinada em um mundo fantasmagórico ou arriscar-se a ser feliz. Seu novo destino sofrerá todas as interferências de sua vida passada e presente, envolvendo padrões familiares, culturais, econômicos, políticos e sociais. Poderá viver sempre enlutado ou libertar-se para a vida. Para isto, precisa interrogar-se sobre seus sentimentos de recusa à cegueira, compreender suas emoções para superar a dor e o luto. As atitudes e comportamentos das pessoas que o cercam podem ou não ajudá-lo porque o enfrentamento emocional da perda é penoso para todos. A dor não deve ser consolada com falsas esperanças, promessa de cura ou de milagres. De nada adiantaria oferecer ilusão a uma pessoa cega. Cedo ou tarde ela descobrirá a verdade. O fato de estar indefesa ou vulnerável não deve servir para estimular a infantilização da pessoa cega que experimenta sentimentos profundos e emoções confusas com horror, pânico, comiseração, culpa e repúdio à cegueira. A pessoa entra em confronto direto com sua vida racional e afetiva. A elaboração da perda consiste em descobrir e depurar todos os sentimentos e emoções contidos no luto. Consiste em afirmar a falta, compreender a dependência e reconhecer as proporções reais e não imaginárias dos limites. Somente assim, a pessoa poderá ressurgir vitoriosa da morte parcial que é a cegueira e Aprenderá a separar-se do olhar morto, descobrindo a vitalidade de seu corpo. Ela encontrará outras maneiras de perceber e relacionar-se. Para isto, precisa vencer o medo, dando lugar à coragem. O cego precisa ser corajoso. Não é fácil, é necessário, pois a vida é desafiadora.



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[1] Fonte: Vivência, revista da Fundação Catarinense de Educação Especial: nº 8, 1990 p. 31.

[2] Elizabet Dias de Sá é psicóloga, presidente do Conselho Municipal de Pessoas Portadoras de Deficiência e trabalha na Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais.

[3] referência ao sistema de escrita braille.

[4] alusão ao escritor mineiro Aires da Mata Machado.

[5] "A cegueira, o que ela é, o que ela faz e como viver com ela": trad. Jurema Lúcia Venturine e Ana Amélia da Silva: Fund para o Livro do Cego no Brasil, São Paulo,1968.

SOBRE A VÍRGULA (,)





Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

TESTE DE PODER DE INCLUSÃO

Professor, você está preparado para trabalhar com a inclusão em sala de aula?

O teste de poder de inclusão foi criado pela Professora Maria Teresa Eglér Mantoan, publicado no livro Humor e Alegria na educação (Summus, 2006). O teste é simples mas, de acordo com Mantoan, pode ajudar a identificar o vírus da exclusão, latente nas escolas.
O teste, bem como seu gabarito, são apresentados a seguir:
Para esse breve exame, as regras são:

1. Colocar-se na condição dos professores(as) que aqui apresentaremos.
2. Escolher a alternativa que você adotaria em cada caso, mas sem pensar muito, respondendo com o que vem mais rápido à cabeça.
3. Descobrir e aprender mais sobre si mesma(o).

Responda às questões e confira.

1. A professora Sueli procura incluir um aluno com deficiência mental em sua turma de
1ª série. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas diante dos demais colegas o atraso intelectual do aluno é bastante significativo.
Nesse caso, como você resolveria a situação?

(A) Encaminharia o aluno para o atendimento educacional especializado oferecido pela escola?
(B) Solicitaria a presença de um professor auxiliar ou itinerante para acompanhar o aluno em sala de aula?
(C) Esperaria um tempo para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao ritmo da classe ou precisaria de uma escola ou classe especial?

2. Júlia é uma professora de escola pública que há quatro anos leciona na 2ª série. Há um fato que a preocupa muito atualmente: o que fazer com alguns de seus alunos, que estão cursando pela terceira vez aquela série?
Para acabar com suas preocupações, qual seria a melhor opção?

(A) Encaminhá-los a uma sala de alunos repetentes, para ser mais bem atendidos e menos discriminados?
(B) Propor à direção da escola que esses alunos sejam distribuídos entre as outras turmas de 2ª série, formadas por alunos mais atrasados?
(C) Reunir-se com os professores e a diretora da escola e sugerir que esses alunos
se transfiram para turmas da mesma faixa etária e até mesmo para as classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA), caso algum já esteja fora da idade própria do ensino fundamental?

3. Cecília é uma adolescente com deficiência mental associada a comprometimentos físicos; ela está freqüentando uma turma de 3ª série do ensino fundamental, na qual a maioria dos alunos é bem mais nova que ela. A professora percebeu que Cecília está desinteressada pela escola e muito apática. Qual a melhor saída, na sua opinião, para resolver esse caso?

(A) Chamar os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
(B) Avaliar a proposta de trabalho dessa série, em busca de novas alternativas
pedagógicas?
(C) Concluir que essa aluna precisa de outra turma, pois a sua condição física e problemas psicológicos prejudicam o andamento escolar dos demais colegas?

4. Numa 2ª série de ensino fundamental, em que há alunos com deficiência mental e outros com dificuldades de aprendizagem, relacionadas a outros motivos, o professor Paulo está ensinando operações aritméticas. Esses alunos não conseguem acompanhar o restante da turma na aprendizagem do conteúdo proposto. O que você faria, se estivesse no lugar do professor Paulo?

(A) Reuniria esse grupo de alunos e lhes proporia as atividades facilitadas do currículo adaptado de atemática?
(B) Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas e trabalharia com todos, de acordo com suas possibilidade de aprendizagem?
(C) Aproveitaria o momento das atividades referentes a esse conteúdo para que esses alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas voluntários?

5. Fábio é um aluno com autismo que freqüenta uma turma de 3ª série. É o seu primeiro ano em uma escola comum e ele incomoda seus colegas, perambulando pela sala e interferindo no trabalho dos grupos.
Que decisões você tomaria para resolver a situação, caso fosse o (a) professor (a) desse grupo?

(A) Solicitaria à direção da escola que retirasse Fábio da sala, pois o seu comportamento está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do programa?
(B) Marcaria uma reunião com o coordenador da escola e solicitaria uma avaliação e o encaminhamento desse aluno para uma classe ou uma escola especial?
(C) Reuniria os alunos e proporia um trabalho conjunto com a turma em que todos se comprometeriam a manter um clima de relacionamento cooperativo de
aprendizagem na sala de aula?

6. Guilherme é uma criança que a escola chama de “hiperativa”. Ele gosta muito de folhear livros de histórias. Ocorre que freqüentemente rasga e/ou suja as páginas dos livros, ao manuseá-los sem o devido cuidado.
O que você lhe diria, caso fosse seu (sua) professor(a)?

(A) “Hoje você não irá ao recreio, porque rasgou e sujou mais um livro."
(B) “Vou ajudá-lo a consertar o livro, para que você e seus colegas possam ler esta linda história.”
(C) “Agora você vai ficar sentado nesta mesinha, pensando no que acabou de fazer.”

7. Norma é professora de uma 4ª série de ensino fundamental e acabou de receber um
aluno cego em sua turma. Ela não o conhece bem, ainda. No recreio, propõe à turma um jogo de queimada. É nesse momento que surge o problema: o que fazer com Paulo, o menino cego?

Arrisque uma “solução inclusiva” para esse caso.

(A) Oferecer-lhe outra atividade, enquanto os demais jogam queimada, fazendo-o entender o risco a que essa atividade o expõe e a responsabilidade da professora
pela segurança e integridade de todos os seus alunos.
(B) Perguntar ao Paulo de quais jogos e esportes ele tem participado e se ele conhece as regras da queimada.
(C) Reunir a turma para resolver a situação, ainda que na escola não exista uma bola de meia com guizos.

8. Maria José é professora de escola pública e está às voltas com um aluno de uma turma de 5ª série. Ele tem 12 anos, é muito agressivo e mal-educado, desbocado, desobediente e não se submete à autoridade dos professores nem à das demais pessoas da escola; sempre arruma uma briga com os colegas, dentro da sala de aula, ameaçando-os com um estilete. O que você faria no lugar dessa professora aterrorizada?

(A) Estabeleceria novas regras de convivência entre todos e, em seguida, analisaria com a turma os motivos que pode nos levar a agir com violência?
(B) Enfrentaria as brigas, retirando o aluno da sala de aula e entregando-o à direção da escola?
(C) Tentaria controlar essas situações, exigindo que o menino entregasse o estilete, para que os demais alunos se acalmassem?

9. Sérgio é um aluno surdo. Ele tem 13 anos de idade e freqüentou, até o momento, uma escola de surdos. Esse aluno está no seu primeiro dia de aula em uma escola comum. A professora, percebendo que Sérgio não fazia leitura labial, procurou a diretora da escola para questionar a admissão desse aluno em sua turma, uma vez que ele não sabe se comunicar em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Se você fosse a professora de Sérgio, antes de tomar essa atitude:

(A) Chamaria os pais desse aluno e os convenceria de que a escola de surdos era mais apropriada para às necessidades dele?
(B) Procuraria saber quais as obrigações e direitos desse aluno e buscaria o recurso adequado à continuidade de seus estudos na escola comum?
(C) Providenciaria a presença de um intérprete de Libras, solicitando um convênio com uma entidade local especializada em pessoas com surdez?

Conte os pontos e confira o seu poder de inclusão, ou melhor, a sua imunidade ao vírus da exclusão:
1 a) 3 b) 2 c) 1
2 a) 1 b) 2 c) 3
3 a) 2 b) 3 c) 1
4 a) 1 b) 3 c) 2
5 a) 1 b) 2 c) 3
6 a) 1 b) 3 c) 2
7 a) 1 b) 2 c) 3
8 a) 3 b) 1 c) 2
9 a) 1 b) 3 c) 2

Resultado:

De 27 a 23 pontos
Imune à exclusão!
Você está apto(a) a enfrentar e vencer o vírus da exclusão, pois já entendeu o que significa uma escola que acolhe as diferenças, sem discriminações de qualquer tipo. Compreendeu também que a inclusão exige que os professores atualizem suas práticas pedagógicas para que possam oferecer um ensino de melhor qualidade para todos os alunos. Parabéns! Não se esqueça, porém, de que o atendimento educacional especializado deve ser assegurado a todos os alunos com deficiência, como uma garantia da inclusão.

De 22 pontos a 16 pontos
No limite.
Você precisa se cuidar! Atenção, pois você está vivendo uma situação de fragilidade em sua saúde educacional. Cuidado! É preciso que você tome uma decisão e invista na sua capacidade de se defender do vírus da exclusão. Quem fica indeciso entre enfrentar o novo, no caso, a inclusão de todas as crianças nas escolas comuns, e incluir apenas alguns, ou seja, os alunos que conseguem acompanhar a maioria, está vivendo um momento difícil e perigoso. Você está comprometendo a sua capacidade de ensinar e a possibilidade dos alunos de aprender com alegria!

De 15 a 9 pontos
Altamente contaminado.
Tome todas as providências para se curar dos males que o vírus da exclusão lhe causou. Há muitas maneiras de se cuidar, mas a que recomendamos é um tratamento de choque, porque o estrago é grande! Você precisa, urgentemente, se tratar, mudando de ares educacionais, tomando injeções de ânimo para adotar novas maneiras de atuar como professor(a). Outra medicação recomendada é uma alimentação sadia, muito estudo, troca de idéias, experimentações, ousadia para mudar o seu cardápio pedagógico.
Tente colocar em prática o que tem dado certo com outros que se livraram desse vírus tão voraz e readquira o seu poder de profissional competente. Boa recuperação!
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO BRAILLE

Elizabet Dias de Sá[1]

Esta exposição pretende sintetizar minha experiência pessoal no que se refere ao aprendizado do braille e sua aplicabilidade no contexto atual de minha vida. Enfatizo os aspectos objetivos e subjetivos desta experiência e faço breves considerações acerca do sentido lúdico do braille para as crianças.
O sistema braille é universalmente associado à falta da visão e, como símbolo de cegueira, desperta curiosidade, fantasias e sentimentos. Para as pessoas que não conhecem essa modalidade de escrita e leitura, ao primeiro contato, o braille representa apenas pontos bordados no papel, um conjunto de grãos ou de caroços esculpidos em uma superfície lisa, um código indecifrável, uma incógnita, um mistério, uma espécie de hieróglifos... Para as pessoas cegas, representa uma alternativa que amplia as possibilidades de informação, um dispositivo emancipatório e desafiador.
A assimilação do braille em minha experiência pessoal caracterizou-se por um movimento dúbio e hesitante de aproximação e recuo, impregnado de sentido de perda. Nasci com acuidade e campo visual reduzidos e utilizei recursos ópticos que me possibilitavam o reconhecimento de cores, imagens e objetos próximos dos olhos. Tratava-se de um resíduo visual mais ou menos estável durante a infância e a adolescência; este resíduo esvaiu-se progressivamente e de forma irreversível na idade adulta, apesar de minhas tentativas no sentido de preservá-lo. A perspectiva do braille, neste contexto, representou uma ameaça que pesava como chumbo, causava tensões, ansiedades e sentimentos ambivalentes. Era como se fosse um veredicto, um atestado, uma rendição definitiva ao estado de cegueira, aquela cegueira anunciada contra a qual lutei até a inevitável derrota.
Nem todos alcançavam esta dimensão conflituosa do braille em um momento crucial de minha vida. Por isto, era difícil conviver com as pressões e críticas abertas ou veladas dos que mostravam as
vantagens e os ganhos desta aquisição e questionavam meu aparente desinteresse ou a resistência em relação ao aprendizado deste sistema. Entretanto, não convém impor o braille como se fosse um paliativo emergencial ou a mera instrução mecânica de uma técnica redentora que pode ser assimilada automaticamente diante da privação do sentido da visão. Assim, tive que vencer alguns traumas e fantasmas para fazer aflorar o desejo de aprender o braille.
As primeiras tentativas foram desanimadoras, pois a tensão muscular e a fadiga faziam-me desistir temporariamente. O código braille é simples, objetivo, lógico e facilmente compreensível. Difícil é a
morosidade da escrita e a assimilação da leitura tátil que foi árdua, tediosa e lenta; produzia dormência e formigamento nas mãos e nos braços, o que tornava a posição dos pontos sob o tato de difícil discriminação. Ao escrever, apertava o punção como se fosse perfurar uma superfície rochosa. Mesmo assim, insistia quase diariamente, ainda que por pouco tempo, consciente da necessidade e não pelo prazer de aprender. O prazer veio depois, quando consegui decifrar, sem sacrifícios, aquele denso pontilhado aparentemente desprovido de sentido.
Aprendi o braille por meio de um curso à distância, cujo material utilizado consistia em impressos e gravações em fita cassete, enviados por correspondência. Tratava-se de uma seqüência de lições e exercícios organizados e corrigidos por um profissional indicado pela instituição para acompanhar-me neste aprendizado. As questões, comentários, recomendações e outras interações necessárias eram gravadas e intercambiadas alternadamente em um prazo definido de forma flexível e sistemática. Eu me identificava com essa modalidade de aprendizagem por se tratar de uma alternativa condizente com minha disponibilidade, meus objetivos e estilo pessoal. Assim, os primeiros rudimentos do sistema braille foram introduzidos em minha rotina como uma tarefa cumprida em distintos horários e em um tempo que variava segundo meu esforço ou motivação momentâneos.
Ao concluir o curso, alguns meses depois, percebi que seria necessário aprimorar a técnica de leitura para alcançar uma maior agilidade e destreza tátil. Então, tratei de unir o útil ao agradável, ao associar o treino do braille à aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Por exemplo, usei o braille para aprender noções de inglês e ainda uso para exercitar o espanhol por meio de publicações editadas por instituições internacionais. Recentemente, entrei em contato com o
esperanto através do braille. Costumo levar uma revista ou um livro de literatura para ler em hotéis, aeroportos, ônibus e aviões durante minhas viagens. Além disso, utilizo o braille rotineiramente, em situações prosaicas, seja para etiquetar CDs, fitas cassetes, pastas, frascos, potes ou para imprimir uma marca nos objetos e utensílios de minha casa. Enfim, a funcionalidade do braille foi inserida em meu quotidiano, podendo ser acionada a qualquer momento em diferentes situações.

AS CRIANÇAS E O BRAILLE
Recebi um convite para participar de uma atividade com duas turmas de crianças de 6 anos em uma escola de educação infantil. A atividade consistia em uma entrevista coletiva comigo e o tema era a minha experiência de vida como pessoa cega. Tratava-se da culminância de um projeto no qual as professoras haviam trabalhado com as crianças informações básicas e elementares sobre a locomoção de pessoas cegas e o sistema braille.
As crianças foram organizadas em uma grande roda comigo ao centro e todas sentadas no chão. Cada uma delas trazia um crachá com seu nome impresso em tinta e em braille. Um grupo de crianças iniciou a entrevista e, a partir de minhas respostas, as outras participavam espontaneamente, contavam casos e faziam comentários. As perguntas eram simples e objetivas. Queriam saber como eu faço para atravessar as ruas, como vejo televisão, como faço para comer, se conheço as cores etc. Uma delas comentou que eu devo ter muita facilidade para andar no escuro. Quiseram testar a bengala, o que provocou um alvoroço na turma. Mostraram-me os pontinhos do braille e sabiam para que servem.
Certa vez, ao retornar de Natal para Belo Horizonte, no avião, eu lia uma revista em braille, o que despertou a curiosidade de duas crianças que viajavam ao meu lado. Era uma garota de doze anos que também lia um livro e seu irmão de 6 anos. Durante uma demorada escala em Recife, elas fizeram perguntas sobre o braille e eu procurei explicar de forma simples e didática com uma breve demonstração. Elas se empolgaram, decidiram escrever seus nomes e, juntas, conseguimos esta proeza. A garota quis ir além e escreveu seu nome em braille na capa do livro que lia. Depois, pediu-me para ditar as letras do alfabeto porque ela queria mostrar ao pai o que aprendeu no avião.
Estas experiências ilustram a dimensão lúdica do sistema braille e a plasticidade da percepção infantil para incorporar e naturalizar a diferença. A projeção do sistema braille e a interação das crianças cegas e não cegas contribuem para a desmistificação da deficiência, a formação de princípios éticos, o exercício de cooperação e solidariedade, entre outros valores que possibilitam a eliminação de preconceitos e atitudes discriminatórias no presente e no futuro.




[1] Palestra proferida no I Simpósio Sobre o Sistema Braille, no dia 14 de setembro de 2001, em Salvador

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SUCATA!!! ADAPTANDO MATERIAIS PARA DV




A criança com deficiência visual também poderá ter acesso ao conhecimento usando materiais com texturas diversas, explorando com o tato e a visão que lhe resta.
- Fichas com numerais e quantidades recortadas em papel camurça, contendo a escrita do numeral no sistema braile; caixa de ovos (meia dúzia) com bolinhas de desodorantes rolon, trazem a idéia de uma cela braile, oportunizam a aprendizagem de contagem, e operações matemáticas simples; bandeja de isopor com a representação dos seis pontos da cela braile (móveis) de kinder ovo.
- O álbum tátil (para reconhecimento de texturas, espessuras) é confeccionado com retalhos de tecidos.
- O jogo de numerais é feito com caixas de fósforos, contendo a escrita do numeral ampliado em tinta e no sistema braile, além da quantidade em textura (neste caso, lixa).
- As fichas com miniaturas trazendo o nome do brinquedo em escrita ampliada e no sistema braile, permitem a leitura ao cego e ao aluno de visão reduzida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Oficina de confecção de materiais didático pedagógicos adaptados para deficientes visuais-Maio/CAP/POA-RS









Oficina de Materiais Didático Pedagógicos na Área da Deficiência Visual - maio/2009 CAP-POA/RS

Uma verdade incontestável é a de que o professor deve ser um eterno aprendiz. Pessoalmente, tenho a certeza de que muito tenho a aprender ainda, pois quanto mais avanço em um conhecimento, mais forte fica em mim a certeza de que ainda há um longo - talvez interminável - caminho  a percorrer. 

Mulher


Sou uma mulher feliz...tenho um filho de 27 aninhos que é a paixão da minha vida, liiiindddoooooooooo por dentro e por fora.Sou professora da área da Educação Especial, ensino alunos deficientes visuais. Não me considero profissionalmente realizada, pois ainda tenho muito o que aprender. Tenho energia suficiente para fazer mil coisas ao mesmo tempo. Agora resolvi aprender italiano. Pode? Posso...

AOS AMIGOS QUE ME VISITAM

Fico agradecida às visitas ao blog, as palavras de carinho e incentivo me ajudam a prosseguir. Um grande abraço a todos.

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