MINHAS PRÁTICAS DE INCLUSÃO

Desde que tomei conhecimento de que na minha cidade, numa escola estadual, havia uma sala de recursos para atendimento aos alunos com deficiência visual, interessei-me pelo assunto. Depois fiquei sabendo também que na rede da 39ª Coordenadoria haviam sido cadastradas em torno de sessenta pessoas com DV. Nestes nove anos de trabalho junto aos alunos na sala de recursos, acolhi a idéia da inclusão com critérios claramente definidos, discutida em vários níveis, na escola e na sociedade, buscando contribuir para a autonomia dos alunos, sempre tão carentes de ajuda na superação de suas necessidades primordiais. O que considero de suma importância é a afinidade que podemos estabelecer com o aluno deficiente, pois é através desse vínculo de confiança que podemos aguçar seu interesse em promover cada vez mais sua cidadania, na busca de seus direitos primeiros, como documentação, aposentadorias, entre outros. Faço-os saber dos seus direitos, do que a legislação prevê para eles, pois do que eles necessitam é exatamente alguém que os oriente e que ao mesmo tempo os deixem caminhar. Depois, o incentivo à sua participação em cursos, fóruns, encontros, debates, associações, que só vem acrescentar um sabor especial na vida deles, pois sabem que não estão solitários em sua caminhada.

sexta-feira, 25 de março de 2011

INCLUSÃO x FLEXIBILIZAÇÃO DE CURRÍCULOS

INLUSÃO X FLEXIBILIZAÇÃO DE CURRÍCULOS
Experiências frustrantes tem enriquecido o processo de ensino e aprendizagem de nossa educação para alunos com necessidades especiais. Algo além do mero meio físico: a sala de aula. Sendo que esta não é adaptada às suas necessidades. Nesta relação professor-Estado-aluno, o Estado omite de suas obrigações passando a inteira responsabilidade para os outros dois participantes. Parece-me que na abordagem inicial desse assunto não está sendo tratado com a devida seriedade. Em minha opinião, sem querer gerar conflito, os relatos, em sua maioria, tratam a questão da inclusão de alunos com necessidade especial, de forma romantizada, bem aquém da realidade vivida nas escolas. Vivências essas que são perceptíveis nas lamúrias de todos os envolvidos, professores, pais, alunos, diretores, orientadores escolares, enfim toda a comunidade escolar, que vê o sofrimento para a adaptação desses alunos numa sociedade que não está preparada para atendê-los. O nosso melhor, por mais bem intencionado que seja, nada será além de um paliativo se não estivermos habilitados e assessorados (prédios e materiais escolares adaptados, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, etc. É louvável o esforço dos colegas nesta luta desigual, mas tratar do tema como algo idealizado e solucionado não vai atender as reais necessidades destas crianças e todos os envolvidos, novamente tirando do Estado a responsabilidade e negando o nosso despreparo de ensinar e lidar com esta situação, desobrigando o profissional que procurou dar o melhor de si.
Maria José Pimenta Rosseti

Concordo com o seu desabafo sobre a responsabilidade do estado na questão da Insclusão ser romantizada, sendo que a realidade é diferente, pois o despreparo dos professores e das instituições é evidadente. No entanto o Estado é formado por políticos e estes por sua vez bons ou nem tanto são pessoas como nós. E nós como pessoas fazemos parte deste processo, pois se não mudamos dificilmente ou pouco mudará. Cabe o nós pensantes e formadores de opiniões buscar soluções para o que nos incomodada, não deixar de lado como fazíamos há alguns anos atrás, mas operar mudanças que viabilizem a inclusão. O texto deixa claro o que é flexibilizar, e é isso o que devemos fazer. É difícil? Sim! Mas já tentou? Não estou romantizando, pois sei que cada caso, é o CASO. O que vejo nos meus colegas são: caixas de conteúdos e alunos sem autonomia; salas enfileiradas e alunos com dificuldades de comunicação e leitura. Espaços, tempos, métodos, conteúdos, em fim o currículo deve ser repensado pelos professores, principalmente os que possuem alunos com necessidades especiais. Este professor, ao meu ver, deveria ser avaliado para se saber se ele tem aptidão para ser Educador. Porque ser educador é buscar opções para que seu aluno possa devesnvolver as suas capacidades. Se não tem recursos, lembre-se que os recursos ajudam, mas não resolvem o problema. Cabe ao professor se preparar, buscar a sua própria autonomia para poder ensinar o que é ter autonomia.

Maristela Borsato Junges

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