MINHAS PRÁTICAS DE INCLUSÃO

Desde que tomei conhecimento de que na minha cidade, numa escola estadual, havia uma sala de recursos para atendimento aos alunos com deficiência visual, interessei-me pelo assunto. Depois fiquei sabendo também que na rede da 39ª Coordenadoria haviam sido cadastradas em torno de sessenta pessoas com DV. Nestes nove anos de trabalho junto aos alunos na sala de recursos, acolhi a idéia da inclusão com critérios claramente definidos, discutida em vários níveis, na escola e na sociedade, buscando contribuir para a autonomia dos alunos, sempre tão carentes de ajuda na superação de suas necessidades primordiais. O que considero de suma importância é a afinidade que podemos estabelecer com o aluno deficiente, pois é através desse vínculo de confiança que podemos aguçar seu interesse em promover cada vez mais sua cidadania, na busca de seus direitos primeiros, como documentação, aposentadorias, entre outros. Faço-os saber dos seus direitos, do que a legislação prevê para eles, pois do que eles necessitam é exatamente alguém que os oriente e que ao mesmo tempo os deixem caminhar. Depois, o incentivo à sua participação em cursos, fóruns, encontros, debates, associações, que só vem acrescentar um sabor especial na vida deles, pois sabem que não estão solitários em sua caminhada.

sábado, 13 de agosto de 2011

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sábado, 21 de abril de 2007
A IGREJA TAMBÉM É ESPAÇO PARA INTEGRAR E INCLUIR
Por volta do ano 1250 a.C. conforme nos relata o Livro do Êxodo, revelou-se para o povo hebreu o nome de JAVE, o deus verdadeiro, que escuta o clamor daquele povo escravizado pelo Império Egípcio. O povo é liberto e Javé estabelece com ele uma aliança, ofertando-lhe leis que transformem as relações entre as pessoas.É um relato primordial para nós que queremos entender o que seria hoje o Reino de Deus e a sua justiça. E também o que são as relações entre os seres.O Faraó Egípcio, que explorava e escravizava o povo, temendo que este se organizasse, ordenou às parteiras hebréias que matassem todos os meninos, deixando que vivessem somente as meninas.Eis que a vida então se manifesta na casa do opressor: “Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo: ela concebeu e deu à luz um filho.” (Ex 2, 1-2a) Até aí, nada a estranhar quanto às relações pois tal homem e tal mulher são da mesma raça, fazem parte de um mesmo povo. Seguimos: “Vendo que era belo (o bebê), o escondeu por três meses.” (Ex 2, 2b)Chama-nos a atenção o termo era belo. Significaria, que o menino não tinha defeito físico, não era cego, portador de alguma síndrome? E se fosse o menino, não belo, estigmatizado com uma marca, teria sido essa vida, preservada pela mãe?Segue a narrativa: “Quando não pôde mais esconde-lo, pegou um cesto de papiro, vedou com betume e piche, colocou dentro a criança, e a depositou entre os juncos na margem do rio.” (Ex 2, 3) “A filha do Faraó desceu para tomar banho no rio... Ela viu o cesto... mandou apanhá-lo... Ao abrir o cesto, viu o menino. Compadecida, disse: “É uma criança dos hebreus!” (Ex 2, 4-5) Preservou aquela vida, aquele ser que nem da sua raça era e, quando o menino cresceu ela o adotou e deu-lhe o nome de Moisés.A princesa egípcia ultrapassa a questão racial adotando o menino hebreu. É o primeiro sinal de integração de povos que, pela relação de poder, opressor e oprimido, era natural que não se integrassem.Historicamente, relata-se desde a mais remota antiguidade, as políticas extremamente excludentes em relação às crianças “deficientes”. Na Grécia Antiga, essas eram deixadas em regiões montanhosas, onde certamente morriam de fome ou devoradas por alguma fera faminta. Em Roma, simplesmente eram jogadas nas corredeiras dos rios para que se afogassem.Aceitar os “deficientes” como indivíduos socialmente inseridos numa cultura de beleza e perfeição, por muito tempo foi impossível, pois “não se tratava de ódio, mas da razão que nos convida a separar as partes sãs daquelas que podem corrompê-las.” Misés (1977, p.14)Na Europa medieval os “deficientes” eram associados à imagem do diabo e aos atos de feitiçaria. Eram também continuamente perseguidos e mortos, estigmatizados pelas marcas que traziam, tornavam-se alvo de escandalosas crenças.Nós, como Igreja que hoje somos, estamos em condições de ultrapassar essa carga que vem sendo carregada por séculos pela raça humana? Podemos, como cristãos nos achar melhores ou superiores quanto às questões de raça, de condição mental ou física da humanidade? Ou será que o simples fato de sermos humanos não nos caracteriza como iguais? Qual é o nosso desafio? Qual é o nosso papel como Igreja?Devemos nos desfazer das superstições herdadas de nossos antepassados e aprendermos, nas pastorais a distribuir o que temos gratuitamente: dedicação, carinho, paciência, amor... Certamente poderemos também ajudar a transformar as relações entre os seres.
_________________________________________________________________________________Marina Luiza Subtil – Catequista, professora da Rede Pública Estadual, especializada em Deficiência Visual, estudante de Teologia no ITEPA.

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