QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO 
Trecho do livro de Ruth Rocha "A Metáfora do Vidro"
Eu ia a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro. É, no vidro! 
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a gente estudava. 
Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano, seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano. 
Se não passasse de ano era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado. 
Coubesse ou não coubesse. 
Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E para falar a verdade, ninguém cabia direito. 
Uns eram gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. 
A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava, e a gente nem podia respirar direito... 
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperado de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.  
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
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AOS AMIGOS QUE ME VISITAM
Fico agradecida às visitas ao blog, as palavras de carinho e incentivo me ajudam a prosseguir. Um grande abraço a todos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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